A rota de Forrest Gump pelos EUA

Ele correu até o fim da cidade. Resolveu ir até o fim do condado. Depois até o fim do Estado e aí até a Costa. Então ele correu de volta algumas vezes. Mas até onde Forrest Gump correu? E por quanto tempo? E qual a rota que ele fez?

Sabemos que ele começou em sua cidade natal, a fictícia Greenbow, no Estado americano do Alabama, em 1 de outubro de 1979. A data é conhecida, porque um locutor anuncia que o presidente Carter tinha passado mal naquele dia devido ao forte calor.

Sua primeira parada é Santa Monica Yacht Harbor, na Costa Oeste americana, sabemos disso porque ele corre através de um arco com o nome do local. De Santa Monica, ele se vira e vai até um farol situado na Costa Leste, com vista para o Oceano Atlântico. A partir daí, nos é dado muito pouca informação sobre os locais específicos que fazem parte da rota de Forrest, interpretado magistralmente por Tom Hanks.

Em um ponto, assim como sua moda do jogging está prestes a pegar, ele é abordado por uma multidão de repórteres lá para marcar a quarta vez que Gump atravessa o rio Mississipi. Neste momento mais de dois anos se passaram desde que Forrest começou a correr.

Com base nessas informações a partir do filme, a lista de locais de filmagem, e uma análise do roteiro, é possível de gerar a rota que Forrest segue em sua jornada através dos Estados Unidos:

O ponto A, o lugar de onde ele começa é um ponto arbitrário no meio do Alabama, visto que a Greenbow do filme é de ficção. Também é preciso gerar os pontos F, J e B (que estão no mesmo lugar) na Costa Leste – não há fotos desses locais no filme, mas eles são citados de forma vaga. O resto são representações precisas do que foi retratado no filme. Você pode brincar e mudar a rota por aqui

O próprio Forrest nos conta que correu durante 3 anos, 2 meses, 14 dias, e 16 horas, e nesse tempo ele correu 15,248 km, atravessando os Estados Unidos por cinco vezes, antes de decidir que era hora de ir para casa.

Forrest correu 0,94 km/h em média e em média 91 km por semana. Qualquer pessoa pode correr assim. Então, o feito de Forrest não é de forma alguma impossível.

Fonte: http://www.centives.net

Para os desavisados:  “Forrest Gump: O Contador de Histórias” é um filme dramático de 1994, dirigido por Robert Zemeckis e estrelado por Tom Hanks. O filme ganhou seis Oscars,  incluindo “Melhor Diretor” para Zemeckis e “Melhor Ator” para Hanks.

Filmes escondidos na madrugada

A Globo tem a lamentável prática de passar filmes excelentes em horários pouco propícios para a audiência. Sessões como “Corujão” ou “Sessão de Gala” mostram, não raras as vezes, filmes extremamente bons que mereciam horários melhores na grade de qualquer emissora. Como sou um homem da madrugada, que, às vezes, vai dormir, com o cantar do galo, tenho a oportunidade de assistir a essas sessões televisivas.

Dois filmes que vi há algum tempo em uma dessas sessões me chamaram muito a atenção. Eram filmes não-hollywoodianos que chamam apelam pelo lado emocional e pela belíssima interpretações dos atores e pela fotografia exemplar.

O primeiro é um filme que assisti na noite de natal alguns anos atrás, depois da missa do galo: “Feliz Natal”.  Um filme europeu de 2006, que trata do relacionamento de tropas britânicas, francesas e alemãs na noite de natal de 1914, durante a Primeira Guerra Mundial. Baseado em uma história real, o filme mostra a véspera do natal de 1914,quando oficiais e soldados, alemães e aliados, que diariamente massacravam uns aos outros depuseram suas armas para compartilhar vinho e comida, trocar fotos e recordações e ainda disputar uma partida de futebol na neve. Foi um ato extraordinário de generosidade e humildade humana, embora, mais tarde, os oficiais superiores dos soldados  tivessem interpretado o ocorrido como confraternizar com o inimigo e os tivessem feito pagar por isso.

Os três exércitos enviam bebidas e brindes a seus homens no front para lhes proporcionar uma espécie de Natal tristonho. Os alemães recebem 100 mil árvores de natal, completas com luzinhas e enfeites. O padre escocês Palmer desencadeia o fato inusitado ao começar a tocar gaita de fole, sendo que os outros escoceses começam a cantar junto. Então Sprink, alemão, que levou sua mulher à trincheira para cantar para seus companheiros, responde cantando “Noite Feliz”, e Palmer o acompanha. Palmer então entoa outro hino de Natal, que Sprink começa a cantar, e então, colocando uma árvore de Natal em cima da trincheira, ele próprio sobe para o alto dela, colocando-se em risco como possível alvo de tiros. Ninguém dispara, e em pouco tempo a trincheira se ilumina com inúmeras árvores de Natal. Os homens de todos os lados saem das trincheiras e se cumprimentam. “Feliz Natal” (Joyeux Noë, no original, em francês), é possivelmente, o melhor filme de natal já produzido, mas sobretudo é um retrato épico de humanidade, solidariedade e de confraternização. Ele mostra como homens destroçados pela guerra conseguem se sentir mais felizes e mais humanos, ao menos na noite em que nasce Jesus.

Fique atento nas madrugadas e na noite de natal, ligue a TV depois da Missa do Galo. Pode ser que a Globo nos dê a alegria de mostrar essa fenomenal história.

O Outro filme que assisti durante minhas noites insones e que gostei muito foi “Amizade sem Fronteiras”, apesar do título em português de filme de Sessão da Tarde (Monsieur Ibrahim et les fleurs du Coran, no original) é um filme francês espetacular, de 2003, com o mito do cinema Omar Sharif, que conduz o filme com maestria que só o astro de Doutor Jivago e Lawrwence da Arábia poderia fazer.
Omar Sharif vive o personagem que dá o título original do filme, Ibrahim, um grisalho comerciante muçulmano dono de um modesto mercadinho na Paris dos anos 1960. Sua loja fica na Rue Bleu, uma travessa que serve de ponto para prostitutas e eventual cenário para filmes (Isabelle Adjani faz uma ponta como uma estrela inspirada em Brigitte Bardot!), logo em frente à casa do adolescente judeu Momo (Pierre Boulanger). Aos 16 anos, a maior preocupação do jovem é poupar o suficiente para utilizar os serviços das vizinhas – a cena na qual ele perde a virgindade presta homenagem ao clássico O homem que amava as mulheres, de Truffaut – e ouvir animados rocks no rádio. Ambos fornecem um alívio momentâneo da realidade dura que ele vive ao lado do pai (Gilbert Melki), sempre ausente e taciturno. Para guardar o dinheiro, Momo tem como hábito roubar pequenos itens da loja do Ibrahim.

Um dia, entretanto, o dono do mercado inicia uma conversa com o garoto e revela ser muito mais do que parte da paisagem da loja. Começa uma relação de amizade crescente entre os dois, potencializada
quando o garoto é abandonado pelo pai, que culmina numa viagem pelo interior da Turquia.0 “Uma amizade sem fronteiras” cativa por empregar lições filosóficas e espirituais sem sermões, algo que talvez não tivesse sido obtido não fosse à presença de Sharif.

São dois filmes que são extremamente necessários para quem gosta de sétima arte e que recompensam as manhã perdidas daqueles que costumas ficar acordados até tarde vendo TV.