TV brasileira aposta no passado e não se renova

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Globo faz festa e não mostra nada de novo em sua programação

Parece que as emissoras de televisão no Brasil se esqueceram do significado das palavras renovação e inovação. Os canais, principalmente os de sinal aberto, têm apostado em coisas antigas na sua programação e, embora muitas tenham dado certo, é um sinal de falta de criatividade.

A Globo, por exemplo, fez uma imensa campanha, para divulgar a programação de 2013, que é exatamente igual à grade de 2012. A maior contratação da emissora para este ano, o humorista Marcelo Adnet, está engessado em um formato que não é o seu. O “Dentista Mascarado” é bom, mas Marcelo Adnet precisa alçar vôos próprios e ter liberdade para escrever e atuar. Do contrário, jamais chegará aos pés do que era na MTV. Além disso, a Globo segue apostando em formatos ultrapassados e extremamente criticados, como o “Zorra Total”, que se baseia em humor de bordões, que era muito popular nas rádios das décadas de 40 e 50, ainda na era da “TV de pedra lascada”. A Globo também sofreu uma queda brusca de qualidade com “Salve Jorge”. A novela de Glória Perez substituiu a excelente “Avenida Brasil”. A história de João Emanuel Carneiro foi um marco na história recente das telenovelas, por seu formato e texto originais. Já “Salve Jorge” naufragou em críticas e deboches por sua história um tanto sem nexo. A Globo e a TV brasileira precisa de mais “Avenidas” e menos “Salves”.

Apesar de a Globo ter demonstrado que renovação não foi o seu forte em 2013, a emissora que é o maior exemplo de que falta de renovação também pode ser sucesso é o SBT. A emissora de Silvio Santos passou à frente novamente da Record 2012, graças a uma dupla que nada tem de nova: Carrossel e Silvio Santos.  Silvio, o maior mestre da televisão, com 82 anos, mantém seu programa com os mesmos quadros de décadas atrás e o sucesso é o mesmo, por vezes, batendo a Globo e sempre deixando a Record comendo poeira. Silvio também teve a brilhante ideia de fazer um remake de Carrossel, novela mexicana de 1989, sucesso estrondoso no Brasil no início da década de 90. Escrito pela mulher de Silvio, o sucesso da novela foi imediato. Carrossel levou a emissora ao segundo lugar geral no Ibope com uma história infantil bem feita, atores mirins bem escalados e com uma produção que há tempos não se via no canal de Silvio Santos. Mesmo sendo uma história repetida e já antiga, Carrossel encantou as crianças e tirou o sossego da Record. Se a fórmula deu certo, para quê mudar? De novo, o SBT vai apostar em um enlatado que foi sucesso no passado. A nova versão de Chiquititas estreia em junho, substituindo Carrossel, com a meta de manter a audiência nas alturas. Com a mesma equipe de Carrossel, tendo a mulher do patrão à frente, a novela deve continuar prendendo às crianças, assim como fazia nos anos 90. A sensação de Déjà Vu é constante

De Super Homem a vilão brasileiro, 2013 no cinema está repleto de superproduções

Com a entrega do Oscar no final de fevereiro, o cinema inicia mais um ciclo, que passa pelo Festival de Sundance, Cannes, Berlim, Bafta e Globo de Ouro até chegar de novo ao Oscar. Fazer uma lista de filmes mais esperados do ano não é fácil. Este ano, temos desde o retorno às origens de um dos maiores super heróis do cinema até uma superprodução com Wagner Moura como vilão.

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Já em abril, estreia Homem de Ferro 3. A julgar pelos dois filmes anteriores do herói, este não deve deixar nada a deseja para os fãs de Tony Stark. Outro vingador que vai aparecer no cinema, mas só em novembro é o Deus do Trovão, Thor. O segundo filme do herói, assim como o terceiro de Stark, faz parte da estratégia da Marvel de criar terreno para o segundo filme dos Vingadores, que deve chegar aos cinemas em 2015.

Saindo da Marvel e indo para a DC, tem o esperado “O Homem de Aço”, filme que pretende revitalizar a história do Super Homem e contar a história de Clark Kent para as novas gerações. O filme tem tudo para ser muito melhor que o decepcionante, “Superman – O Retorno”, de 2006. 300 e Sin City também são baseadas em histórias em quadrinhos e terão seu segundo longa nos cinemas nesse ano. 300, que volta a ter Rodrigo Santoro no papel de Xerxes, tem estreia programada para junho e a sequência de Sin City deve estrear em setembro.

Uma das comédias mais esperadas é o final da trilogia “Se Berber, Não Case”. Depois da fraca sequência, a terceira parte deve ser melhor e desta vez não tem casamento, mas claro, bebedeira, amnésia e confusão. Em “É o Fim”, o ator James Franco está dando uma tremenda festa em sua casa. Diversas celebridades estão presentes no local, como Rihanna e Emma Watson. O que eles não esperavam era, de repente, ter que enfrentar um apocalipse zumbi. Os atores interpretam a si mesmo nessa comédia inusitada que deve ser um dos maiores sucessos do ano.

A maior bilheteria do ano deve ficar com a sequência do bom filme “Jogos Vorazes”. “Em Chamas”, estreia em novembro e continua a saga de Katniss Everdeen, vivida pela oscarizada Jennifer Lawrence, desta vez numa disputa contra a Capital.

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“Elysium” chega em agosto aos cinemas e marca a estreia de Wagner Moura em Hollywood. O brasileiro interpreta um vilão no filme de ficção científica do mesmo diretor de “Distrito 9”. O longa traz Matt Damon no papel principal, além de Jodie Foster e Alice Braga.

Ainda neste ano, estreia a continuação de “O Hobbit”, de Peter Jackson; o remake do clássico de suspense “Carrie, A Estranha”, além do segundo filme solo de
Wolverine e do novo filme de Star Trek. A animação mais esperada é “Universidade dos Monstros”, sequência do mega sucesso “Montros S.A.”. 2013 termina com o filme biografia da

Princesa Diana, que deve ser um dos mais premiados nos festivais e tem estreia programada para dezembro.

Vale ressaltar que alguns filmes que são muito aguardados fracassam e outros que ninguém conhecia viram fenômenos. Neste período entre-oscar, temos filmes para todos os gostos. É pegar sua pipoca e tratar de não perder nada.

A grande surpresa das seis

Não se pode avaliar uma novela apenas pela primeira semana de exibição, mas os primeiros capítulos da nova novela das 18h da Globo já dão a impressão de que a emissora acertou em cheio pela primeira vez no ano.

Depois da fraca “Insensato Coração” e da repetitiva “Morde & Assopra”, Cordel Encantado, da dupla Thelma Guedes e Duca Rachid impressionou com uma qualidade de imagem, de texto, de direção, que é assinada por Amora Mautner (direção geral) e Ricardo Waddington (núcleo) e de interpretação. A história, típica dos cordéis nordestinos, que mistura reis europeus, princesas, cangaceiros e pessoas comuns do sertão é extremamente agradável e nem um pouco dissonante, como afirmou o autor Aguinaldo Silva. No ar com Lara com Z, que tem perdido para Ídolos, da Record, Silva disse que novela tem que ser fiel a realidade. “Porque pra mim, ou a novela fica igualzinha à vida real e as pessoas acreditam nela e mergulham de cabeça, ou então… Babau!”, escreveu ele em seu twitter, alegando que a baixa audiência da novela no primeiro capítulo era devido a “pirotecnia” e a história que misturou “idade mais ou menos Média” e pulou “pra Lampião Rei do Cangaço” A mistura de todos esses elementos deixa a história ainda mais atraente e gostosa de ver. A qualidade de imagem impressiona, a fotografia é belíssima, tanto nas cenas gravadas na França, quanto nas filmadas no Sergipe.

Com um elenco consistente, destaque para Osmar Prado, como o atrapalhado delegado Batoré, Marcos Caruso, como o prefeito da fictícia Brogodó, para Zezé Polessa, como a primeira-dama Ternurinha, para Berta Loran, que volta às novelas como a rainha mãe e claro, para Carmo Dalla Vechia como o rei Augusto e também para Mohamed Harfouch, que dá vida ao barbeiro Farid. Dos protagonistas Cauã Reymond, Bruno Gagliasso e Nathalia Dill dão o show de sempre. Bianca Bin e Jayme Matarazzo ainda precisam mostra a quê vieram e eles têm talento para isso.

Era de uma novela assim que a Globo precisava. Ficção de verdade, uma história que não tem a pretensão de contar a verdade da vida, de dar uma “lição” na sociedade. Quem quiser realidade, que assista o Datena. Como diz o título, é uma fábula encantada e que não tem e nem deve ter outra pretensão senão entreter.

O Jardim da Vó


Margaridas, onze-horas, rosas vermelhas, rosas rosas, beijinhos e um cipreste que chamávamos de pinheirinho, enfeitavam o jardim da “vó”. Tenho guardada na memória a imagem viva da vó, toda tarde, meio arcada, aguando o seu jardim. Quando brincávamos de esconde-esconde e nos aventurávamos adentrando o seu pequeno xodó no quintal, logo ela aparecia na janela da cozinha e com sua voz rouca nos expulsava de lá. Saíamos bravos e batendo o pé. Respondendo, mas bem baixo para que ela não nos ouvisse.

Ela obrigava o nosso avô a capinar sempre o jardim, que ele fazia meio a contragosto, mas sempre fazia. Deixava tudo limpinho.

Não me sai da cabeça a lembrança da vó, nos seus últimos sopros de vida, pedir para ver o seu jardim, ainda florido e verdejante lá embaixo. Ao vê-lo, ela disse apenas: “Valeu a pena”, aguentou só alguns segundos sentada e a cama hospitalar instalada em seu quarto voltou à posição horizontal, deixando apenas a visão do céu pela janela, era a ultima vez que via o jardim.

Hoje tenho uma tristeza profunda quando olho aquele jardim. Não é mais florido, está sujo, a grama alta, o pinheirinho que agora está muito alto dá seus últimos suspiros.

O vô parou de capinar, acho que para ele aquilo não mais importa, já não tem a vó para pressioná-lo e ver como ficou bonito.

Assim com o jardim que era cheio de flores, a casa da vó era cheia de gente sempre. Depois da partida dela, tal qual o jardim que perdeu sua beleza e suas flores, a casa não enche mais, não porque o vô não seja importante, mas por que a vó era a alma daquela casa, a vó era a alma daquele jardim.

 

Regras do Futebol de Rua

1 – A BOLA
A bola pode ser qualquer coisa remotamente esférica. Até uma bola de futebol serve. No desespero, usa-se qualquer coisa que role, como uma pedra, uma lata vazia ou a merendeira do irmão menor.

2 – O GOL
O gol pode ser feito com o que estiver à mão: tijolos, paralelepípedos, camisas emboladas, chinelos, os livros da escola e até o seu irmão menor. (até engradados de bebidas que ficaram jogados pelo quintal)

3 – O CAMPO
O campo pode ser só até o fio da calçada, calçada e rua, rua e a calçada do outro lado e, nos grandes clássicos, o quarteirão inteiro. (O terreno vazio ao lado de casa)

4 – DURAÇÃO DO JOGO
O jogo normalmente vira 5 e termina 10, pode durar até a mãe do dono da bola chamar ou escurecer. Nos jogos noturnos, até alguém da vizinhança ameaçar chamar a polícia. (Até a mãe do dono da bola começar a contar: 1…2… Antes do 3, o dono da bola já está dentro de casa, com a bola)

5 – FORMAÇÃO DOS TIMES
Varia de 3 a 70 jogadores de cada lado. Ruim vai para o gol. Perneta joga na ponta, esquerda ou a direita, dependendo da perna que faltar. De óculos é meia-armador, para evitar os choques. Gordo é beque.

6 – O JUIZ

Não tem juiz.

7 – AS INTERRUPÇÕES
No futebol de rua, a partida só pode ser paralisada em 3 eventualidades:

Se a bola entrar por uma janela. Neste caso os jogadores devem esperar 10 minutos pela devolução voluntária da bola. Se isso não ocorrer, os jogadores devem designar voluntários para bater na porta da casa e solicitar a devolução, primeiro com bons modos e depois com ameaças de depredação.
Quando passar na rua qualquer garota gostosa.
Quando passarem veículos pesados. De ônibus para cima. Bicicletas e Fusquinhas podem ser chutados junto com a bola e, se entrar, é Gol.

8 – AS SUBSTITUIÇÕES
São permitidas substituições nos casos de:

Um jogador ser carregado para casa pela orelha para fazer lição.
Jogador que arrancou o tampão do dedão do pé. Porém, nestes casos, o mesmo acaba voltando a partida após utilizar aquela aguá santa da torneira do quintal de alguém.
Em caso de atropelamento.

9 – AS PENALIDADES
A única falta prevista nas regras do futebol de rua é atirar o adversário dentro do bueiro.
Os casos de litígio serão resolvidos na porrada, prevalece os mais fortes e quem pegar uma pedra antes.

10 – A JUSTIÇA ESPORTIVA

Os casos de litígio serão resolvidos na porrada.

QUEM NÃO JOGOU, PERDEU UM DOS MELHORES MOMENTOS DA VIDA.

Crônica de Luis Fernando Verissimo: Crônicas 6, sétimo volume da coleção “Para Gostar de Ler”

Os trechos entre parênteses são inserções minha. Que fizeram parte de minha infância e garanto a de muitos da minha geração

A Voz de São Paulo

João Rubinato, com certeza você nunca ouviu falar desse nome. Mas Adoniran Barbosa, você não só ouviu esse nome como, com certeza, independente de sua idade você conhece alguma música desse paulista de Valinhos.

Adoniran Barbosa era um personagem de Rubinato em um de seus programas de rádio. É o caso da criatura que ficou maior que o criador (ou pelo menos o nome dela).

Ele era um homem de múltiplas faces. Típico paulistano, descendente de imigrantes italianos, homem do Bixiga, sambista de voz rouca, cantor das coisas e causos da cidade que não parava de crescer. Adoniran Barbosa era a voz de São Paulo.

Ele cantou e contou a rápida urbanização da capital paulista no início da década de 1950 com sua saudosa maloca dando lugar a prédios. Tornou conhecida o bairro do Jaçanã. Transportou o vocabulário popular para sua música em tiro ao álvaro e em samba do Arnesto.

No último dia 6 de agosto, o cantor completaria 100 anos. Um século de música, de samba, de cultura. Em 1982, ele pegou o trem das onze e partiu porque não poderia esperar nem mais um minuto. Partiu, porque já havia feito tudo que podia fazer por aqui. Cantou uma cidade, um país e nos mostrou que em São Paulo tem samba, sim senhor.

Fernanda Takai não esperava o sucesso

Aproveitando o post sobre o novo disco da banda Pato Fu, coloco uma matéria feita em 2009 e  publicado no feitordeideias.blogspot. Entrevista que teve a colaboração de Márcio Rodrigues do www.marciojor.blogspot.com

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Sempre vestida de forma peculiar (o mineiro Ronaldo Fraga é seu estilista de estimação), Fernanda Takai chega com sua famosa timidez que é muito comparada a de Nara Leão. Nelson Motta a definiu como “o oposto da exuberância e vulgaridade das estrelas pop rock”. Com sua voz miúda também como a de Nara, a cantora que nasceu no Amapá, mas como ela mesma diz é ‘mineira honorária’, conquistou o público exigente da MPB com seus dois discos solo.
Ela já havia conquistado o público pop rock desde o início dos anos 1990 com a banda Pato Fu, da qual é vocalista e que, segundo a cantora, continua sendo a sua prioridade.
Fernanda diz que não esperava o sucesso do seu primeiro disco solo ‘Onde brilhem os olhos seus’, de 2007. “Foi uma coisa despretensiosa, que fiz em casa e mandava por e-mail para o Nelson Motta, que produziu o disco e quando vi estava pronto”, conta. Ela, que hoje é unanimidade na crítica, se assustou com a repercussão positiva que obteve. “Eu esperava uma repercussão negativa, já que era cantora de uma banda pop que ia cantar músicas de um estilo diferente, mas ganhei o prêmio da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor disco de MPB e depois outros prêmios”.
Em junho de 2009 foi lançado o segundo CD da cantora, ‘Luz Negra ao vivo’ foi tão bem recebido quanto o primeiro. Neste CD, Fernanda interpreta as músicas que compõe o show de sua turnê solo. Duran Duran, Michael Jackson, Eurithmycs, Roberto Carlos e Pinduca estão no repertório, além das músicas do CD primogênito.
Fernanda é bem eclética em seu gosto musical e isso a influenciou bastante. “Sempre ouvi de tudo, de Nara Leão a Duran Duran e isso tudo está no disco. Todas as músicas do disco solo são minhas escolhas. Eu gravo por pura empatia musical”, concluí.
Com autonomia para gravar, um excelente gosto musical e ótimo tato para escolher seu repertório, Fernanda Takai é a uma das vozes que mantém viva a boa música brasileira.

Brincar de Fazer Boa Música

A banda mineira Pato Fu, formada por Xande Tamietti, Lulu Camargo, Ricardo Koctus e pelo casal John Ulhoa e Fernanda Takai começa em agosto a turnê do seu décimo álbum, “Música de Brinquedo”.

O grande diferencial é a parte instrumental do disco. Todas as músicas ganharam arranjos belíssimos feitos com instrumentos de brinquedo ou miniaturas, além da participação especial de duas crianças nas músicas. Uma dessas crianças é Nina, filha de John e Fernanda. Não é um disco infantil, é um disco de música “normal” com a sonoridade das crianças.

O Pato Fu sempre lançou discos autorais, com composições próprias, principalmente de John. Desta vez o que se vê é um disco de covers. “Não se trata de uma crise criativa, mas esses arranjos de brinquedo teriam um efeito muito mais potente se aplicados a canções conhecidas”, ressalta John no release do disco. Por isso nele você pode ouvir Love me Tender, uma das maiores love songs de todos os tempos, de Elvis, como também Ovelha Negra, de Rita Lee e Sonífera Ilha, dos Titãs na voz doce e melódica da simpática Fernanda.

Se você ficar um pouco mais atento perceberá algumas imperfeições e desafinações instrumentais em algumas músicas, mas é isso que o disco quer. Quer brincar de fazer boa música e consegue com maestria.

Qual a melhor canção do álbum? Não há como responder. Love me Tender é magistral. My Girl, sucesso no filme “Meu Primeiro Amor” vai na mesma onda. “Todos Estão Surdos” de Roberto e Erasmo, com as crianças recitando os versos é algo maravilhoso de se ouvir.

O Pato Fu foi  eleito em 2001 pela revista Time umas das dez melhores bandas do mundo fora dos Estados Unidos, ao lado de bandas como Radiohead e U2. Em 2007, Fernanda lançou-se em carreira solo no disco intitulado “Onde Brilhem os Olhos Seus” com músicas do repertório de Nara Leão. Esse disco ganhou o prêmio de melhor do ano pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte). Em 2009, ela lançou o CD e DVD Luz Negra, ainda com músicas de Nara Leão, mas com outras canções como Ben, de Michael Jackson e Ordinary World da banda inglesa Duran Duran. No mesmo ano ela ganhou o VMB da MTV na categoria MPB.

Esses discos da carreira solo de Fernanda deram tão certo que parecem ter influenciado o Pato Fu na escolha do repertório e nos arranjos desse novo disco. Alguns saudosistas e conservadores dizem que o álbum se distanciou da essência do Pato Fu. Eu acho justamente o oposto. A essência do Pato Fu é essa. É a mistura de músicas e estilos. Como fez Fernanda e como sempre fez o Pato Fu. Eles têm total liberdade e desprendimento na escolha do repertório, como me disse Fernanda certa vez. E assim continuam.

O Pato Fu foge da obviedade e renova mais uma vez o pop nacional.

01 – Primavera (Vai Chuva)  (Cassiano / Sílvio Rochael)
02 – Sonífera Ilha (Branco Mello / Marcelo Fromer / Toni Bellotto / Ciro Pessoa / Carlos Barmak)
03 – Rock And Roll Lullaby (Cynthia Weil / Barry Mann)
04 – Frevo Mulher (Zé Ramalho)
05 – Ovelha Negra (Rita Lee)
06 – Todos Estão Surdos (Roberto Carlos / Erasmo Carlos)
07 –  Live And Let Die (Paul McCartney /Linda McCartney)
08 – Pelo Interfone (Ritchie/Bernardo Vilhena)
09 – Twiggy Twiggy (Lalo Schifrin/Hal David/Burt Bacharach/Morton Stevens/ Nanako Sato)
10 – My Girl (Smokey Robinson/Ronald White)
11 – Ska (Herbert Vianna)
12 – Love Me Tender (Elvis Presley / Vera Matson)

Copie e cole  esse endereço para fazer o download do Disco, mas comprá-lo é a minha dica, já que o encarte e a capa estão sensacionais.

http://rapidshare.com/files/409166752/UQT2010_PatoFu-MusicaDeBrinquedo.rar

A Grande Lição de Toy Story 3

Toy Story 3

Quando foi lançado pela Pixar em 1995, Toy Story se tornou um marco do cinema mundial ao ser o primeiro filme com animação 100% digital e ao trazer um tema que divertia as crianças e ao mesmo tempo era um filme para adultos se divertirem.

Nessa época tinha 6 anos e pouco acesso ao cinema. Quando vi o filme pela primeira vez, devia estar entre os 8 e 9 anos. Adorei. Quando tinha 10 anos, em 1999, foi lançado o segundo filme da saga, que logo assisti e continuei gostando muito.

Eis que em 2010, a Pixar, que foi comprada pela Disney em 2006, lança o terceiro longa da história de Woody, Buzz e companhia.

Muita coisa mudou em minha vida desde que vi o segundo filme pela primeira vez. Saí da infância, passei pela adolescência, deixei a casa de meus pais para trás e me aventurei sozinho no mundo adulto.

A meses de me tornar um jornalista diplomado me vejo sentado em uma sala de cinema 3D para assistir Toy Story 3, que vem com um dilema: O que acontecem com os brinquedos quando as crianças crescem?

A primeira cena do filme mostra como é fértil a imaginação de uma criança ao imaginar aventuras e desventuras, com seus brinquedos como protagonistas de cenas extremamente “perigosas”.

Cena que logo é substituída pela que mostra os brinquedos de Andy (agora um jovem de 17 anos prestes a ir para a faculdade), esquecidos em um baú no canto do quarto. Eles armam um plano para que Andy possa “lembrar” que estão ali, na esperança de que o garoto possa brincar com eles, algo que não faz há anos. A reação do tiranossauro de plástico Rex, ao ser segurado pelas mãos de Andy, mostra o sentimento de abandono compartilhado pelos brinquedos.

As crianças na sala dão risada, mas os adultos e principalmente, os jovens de 20 e poucos anos, que passaram por essa experiência de deixar a infância há poucos anos sentem algo a mais do que vontade de rir. Não há como não se lembrar dos brinquedos que jazem empoeirados nas casas dos pais, em cima de guarda-roupas, em caixas velhas e destruídos pelo tempo.

A cada cena vai se constituindo um misto de risadas e emoções. Os adultos mais empolgados que as crianças. No final emocionante do filme, em que finalmente se descobre o que Andy fará com seus brinquedos, os óculos 3D são extremamente necessários para esconder os olhos vermelhos, principalmente dos adultos.

Toy Story continua a ser um marco do cinema, para crianças e adultos. Devemos sempre manter vivo o espírito infantil que vive dentro de nós e não podemos deixar nossos “brinquedos” esquecidos. Esses brinquedos são nossas fantasias infantis. Elas não podem desaparecer por trás do coração de pedra de um adulto. Essa é a principal lição de Toy Story 3.

Recomeçando…

O Feitor de Ideias passa a ser word press também, com um layout mais moderno e bonito. Este é um espaço para textos sobre todos os assuntos que possam ser interessantes, ou seja tudo o que há. Divirta-se! E pra começar um belo vídeo da excelente Maria Bethania, que primeiro declama “O Tejo é mais belo que o rio que passa pela minha aldeia”, poema de Fernando Pessoa e canta “Motriz”. Trecho do documentário “Pedrinha de Aruanda”, de Andrucha Waddington.